segunda-feira, janeiro 16, 2006

Mais uma campanha

Daqui a uma semana quando os primeiros raios de sol assolarem Portugal, teremos escolhido o novo inquilino para o Palácio Rosa localizado para os lados de Belém.
Passado que está um sem número de semanas de campanha e pré-campanha, o país chega à conclusão que nada se discutiu sobre o mesmo, apenas discutimos infinitamente o “papão” Cavaco.
Mas, será que discutimos os manifestos, os problemas reais de Portugal, os pensamentos económicos, sociais dos candidatos, as formas que consideram ser melhores para a resolução do desânimo reinante neste país?
Não! Ouvimos apenas discursos inflamados a dizer mal de um dos candidatos, a debitar passados e experiências, a contestar a “estupidez” de quem votará em Cavaco.
Foram ao longo de semanas, milhares de decibéis a dizer mal, a criticar as opiniões de Cavaco, a falar de inconstitucionalidade das suas declarações, etc., etc.
Evidentemente que dia 22 votarei em Cavaco Silva!
Farei, o que fiz em 1996, farei o que a minha consciência dita, farei o que considero ser melhor para o país.

Curioso torna-se em várias declarações, os candidatos criticarem a máquina partidária que está por trás da candidatura de Cavaco, senão vejamos:
- Soares, nos últimos comícios tem tido sempre dirigentes do Partido Socialista, mais grave, aparecem como ministros e secretários de estado.
- Louçã, que poderá não chegar aos valores da subvenção estatal, tem espalhado por todo o lado, cartazes e panfletos. Quem pagará a dívida? Será Louçã?
- É natural que Jerónimo critique a comunicação social por não ter demonstrado a força do PC no Atlântico, porque Jerónimo não esqueceu a quantidade de autocarros pagos pelo seu partido, perdão, pela sua “candidatura”, com militantes vindos de todo o Alentejo para o Atlântico. Em 15 minutos de travessia da Ponte Vasco da Gama, vislumbrava-se em média 30 autocarros de 50 lugares, o que daria um total de 1500 pessoas, e 1/5 da “enchente” atlântica.
- Louçã, que poderá não chegar aos valores da subvenção estatal, tem espalhado por todo o lado, cartazes e panfletos. Quem pagará a dívida? Será Louçã?

Em contraponto do outro lado do Atlântico, a América do Sul continua a evoluir e a inovar, como é o caso do Chile, que passou desde ontem a ter uma Presidente da República, pela primeira vez na sua história. Ainda bem, que lá o povo pode escolher o seu raiar de sol, sem que isso, seja “estúpido”!

segunda-feira, janeiro 09, 2006

As Funções de um Autarca

O papel do autarca não se encontra confinado a uma única tarefa, ele tem diferentes responsabilidades, segundo a posição hierárquica que ocupa dentro da sua autarquia. No entanto, independentemente das funções a desempenhar, deve obedecer a um processo de gestão, com vista a uma maior eficácia no alcançar dos seus objectivos. Quer os objectivos sejam direccionados para a compra de um produto, quer para a gestão de pessoal, quer ainda para a concretização de uma tarefa, o autarca deve ter capacidade de traçar um processo cujas etapas passem ordenadamente por planear, organizar, dirigir e controlar.
Existem características pessoais do autarca que devem ser consideradas e que se prendem com a necessidade de actualizar o seu conhecimento, a capacidade de perspectivar e com as suas próprias atitudes.
Tendo em conta que todo este processo tem como base o planeamento, não descurando de todas as outras funções, esta fase parece-me ser fulcral para que todo o restante sistema obtenha sucesso.
É no planeamento que se estabelecem os objectivos, em função dos quais vive uma autarquia.
Do estabelecer ao concretizar um projecto final deve ser traçada uma missão, a qual é possível pela capacidade de visão do autarca e que não deve esquecer não só os objectivos como os valores que constituem essa mesma autarquia.

Embora sejam possíveis três tipos de planeamento (operacional, Intermédio e Estratégico), é o planeamento estratégico que permite uma visão mais alargada da concretização dos objectivos, pois este é elaborado numa perspectiva a longo termo exigindo um maior desempenho dos seus colaboradores. Não podemos esquecer os aspectos motivacionais dos colaboradores, e nesse sentido parece mais rentável a existência de um planeamento operacional e intermédio, com vista ao planeamento ”final”.

Contudo, são diversas as etapas para que qualquer planeamento possa ser elaborado. Independentemente dos objectivos a formular, é necessário identificar estratégias, tendo em conta as oportunidades e ameaças às mesmas (estas oportunidades podem ser internas ou externas à Organização).
Naturalmente que ao longo de todo o desenvolvimento poderão existir rectificações que tenham que ser feitas, e neste caso, a redefinição de estratégias, torna-se importante antes que se decida a sua implementação.

Nesse sentido é necessário tornarem-se medidas de avaliação e controlo do processo de evolução de todo o planeamento.

Com base, nestes pressupostos, este executivo tem definido toda uma base de planeamento para que a gestão desta Junta de Freguesia seja efectuado da forma mais criteriosa, com o objectivo final de criar as melhores condições aos seus fregueses, e tornar esta Junta um modelo.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

O meu Bairro

Campo de Ourique é e será sempre um bairro histórico da cidade de Lisboa. A sua história tem como apogeu a época republicana do início do século passado, mas passa inevitavelmente pelas lutas estudantis contra o regime salazarista.
Os seus cafés que outrora serviram de espaços de tertúlia política, e projectos de acção contra o regime ditatorial, são hoje locais frequentados pelos filhos desses mesmos lutadores pela liberdade, que se cruzam, preferencialmente aos fim de semana, muitos deles já com os seus próprios filhos.
Esta linha geracional faz e cria muito da vida de Campo de Ourique.
Mas, Campo de Ourique é mais que esta orientação familiar, é também o seu mercado único, como Miguel Sousa Tavares escrevia à meses no Público, na medida em que em que possui quatro entradas definidas pelos pontos cardeais, onde se adquire bons produtos, e que com o desenvolvimento da vida global, tem sofrido quebras de visitantes e consequentemente quebras financeiras nos proprietários dos lugares, mas que continua a resistir bravamente aos grandes centros comerciais, porque a sua qualidade é infinitamente melhor que um qualquer supermercado de fim de rua.

Costuma-se dizer, que Campo de Ourique é um bairro ímpar, que até possui uma Casa de Colarinhos, ou seja, que tudo o que se precisa se encontra aqui. E tem por isso, estabelecimentos conhecidos por toda a cidade. Não querendo menosprezar nenhum, à cabeça vem nomes como, a livraria Ler, os tecidos do Vidal, o Café Canas, a livraria Barata, a casa Fernando Pessoa, o Eduardo dos Livros, o café Ruacaná, a “velhinha” pastelaria Aloma, as várias lojas da Ferreira Borges, os seus barbeiros tradicionais, onde ainda se faz a barba com navalha, as imensas sucursais bancárias.
E se nos últimos anos, foi um bairro afectado pela proximidade ao maior mercado de droga da cidade conseguiu sempre impor a sua ordem na vida lisboeta, continuando a ser um bairro falado pela positiva, porque sempre se blindou a esses problemas sociais do mundo moderno.

E depois, bem depois, é um bairro cultural, de artistas e artesãos, que tentaremos ao longo das próximas edições do Boletim da Junta, recordar nas suas páginas.

Viver em Campo de Ourique é bom, é bonito, e apesar de todos os seus problemas de estacionamento (talvez o maior de todos), as pessoas não deixam de gostar de aqui viver, transformando o mercado imobiliário num dos mais caros da cidade de Lisboa.

Por tudo isto, e por mais algumas razões, que com o tempo aqui enunciarei, o nosso trabalho na Junta torna-se ainda mais importante e com importâncias acrescidas, para continuar a proporcionar este bem-estar de quem aqui reside e de quem aqui passa.

Por tudo isto, e por mais algumas razões, que com o tempo aqui enunciarei, o nosso trabalho na Junta torna-se ainda mais importante e com importâncias acrescidas, para continuar a proporcionar este bem estar de quem aqui reside e de quem aqui passa.