sexta-feira, março 31, 2006

Imagem do Bairro


Em 1903 as Aguadeiras deslocavam-se ao Chafariz da Rua Ferreira Borges.

quinta-feira, março 23, 2006

Primavera Molhada

Chove em Campo de Ourique, a cântaros como os velhos costumam dizer.
As ruas estão alagadas, as poças são aos montes, criadas pelos desníveis nos passeios deste bairro antigo, que com os anos foram abatendo apesar de todas as intervenções aí realizadas.
Mas, é assim Campo de Ourique e apesar dos incómodos que essas transformações foram criando na vida das pessoas, continuamos a amar este bairro, tornando as nossas viagens pedestres em verdadeiros circuitos de manutenção, gingando por entre as poças cheias de água.

Nos vidros da Junta, as gotas escorrem enquanto trabalhamos para o bem estar de todos, tanto quanto possível, tendo o dia sido em verdadeira azafama para ultimar as páginas da nova revista da Junta que estará nas ruas, nas caixas de correio dos moradores do bairro no final deste mês.
Será uma publicação diferente, leve, interessante, com uma componente cultural, falando sobre as histórias bonitas que este bairro tanto possui.
Apesar de esta primeira edição ser extraordinária em relação às futuras, onde teremos as entrevistas do novo executivo, teremos um cheirinho do que será esta nova revista, com uma breve passagem sobre a história republicana do bairro e uma entrevista com um histórico, um verdadeiro Poirot.
Falta pouco para a novidade.

Nota: A freguesia ficou esta semana mais pobre com o desaparecimento do José Ramos, a Voz, como tantos os chamavam. Á esposa e restante família, os meus sinceros pêsames.

quarta-feira, março 22, 2006

(In)Directamente

O último Congresso do PSD determinou de forma expressiva a vontade dos delegados, e consequentemente, das pessoas que os mesmos representavam, a alteração estatutária que levará à eleição directa do Presidente do Partido.

Apesar de não ter estado presente, a minha opinião sempre foi de que a existir essas mesmas directas, deveriam ser amplas, concordando com a posição da Comissão Politica Nacional que defendia a eleição não só do Presidente do Partido como da sua Comissão Política.

Não tendo essa versão sido aprovada, revejo-me na decisão dos delegados da minha secção, pela reprovação da alteração agora aprovada em congresso.
Pensar que estamos a eleger um Presidente sem saber qual a sua equipa, podendo com isso estar a eleger alguém que posteriormente forme uma comissão política que a maioria não se reveja, é o perigo destas directas.

Quanto aos comentários que foram sendo feitos, sobre a vitória de Marques Mendes e da sua CPN, com a aprovação da revisão, o que deveremos questionar é tão só:
Se a alteração pretendida não foi a votação, tendo chegado a uma plataforma de apoio com as outras propostas, terá realmente ganho, ao ter abdicado da sua posição inicial?
Julgo que apesar da unidade de todo um congresso em volta da tal alteração aprovada, não comprova uma vitória clara do Presidente e da sua CPN.

Chegados aqui, está na hora de quem tem feito críticas e tomado posições antagónicas ao papel desempenhado pelo Presidente, quer na oposição ao Governo, quer internamente, tomar a dianteira e propor-se ao eleitorado social-democrata.
Se não o fizer, então cale-se porque passará, na minha opinião, a deixar de ter margem para as críticas.

Dia Mundial da Poesia

Digo:
"Lisboa"
Quando atravesso - vinda do sul - o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do meu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas -
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
- Digo para ver

Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, março 09, 2006

Faltam 360 minutos para a Final


Obrigado Rapazes por se terem transcendido!
A Caminho do Stade de France...

quarta-feira, março 08, 2006

Dia de Transcedência

Transcendam-se Rapazes!

quinta-feira, março 02, 2006

Adeus

A tua doença era séria, todos sabíamos disso, a forma como teríamos que a enfrentar era com toda a dureza que a mesma nos obrigava. Sabíamos que o fim seria algo inevitável, mas como sempre nunca estamos à espera que isso aconteça, hoje, amanhã, depois.

Deixaste-nos no Domingo a poucos minutos do início de mais um jogo do teu clube, do teu Glorioso, ainda para mais frente aos “tripeiros”, como lhes chamavas.
Mas, tu estiveste lá, naquela cadeira vazia do Topo Sul do Estádio, estiveste lá, eu sei, a ver aquele golo a lembrar tantos que viste, marcados por aquele menino de Lourenço Marques que levantava o estádio.

Estiveste. Como estiveste comigo tantas tardes, tantas noites, a gritar, a vibrar, sempre com toda aquela tua calma, pedindo para que eu esperasse porque a vitória era certa.
Mas, tu não foste só aquele “carequinha” que comigo caminhou para a Catedral, tantas e tantas vezes, foste o meu segundo pai, foste o meu companheiro de tardes por baixo das videiras de uva americana, que tanto gosto tu tinhas em cultivar.
Foste tu, quem me mostrou o campo, e a sua beleza, os pinheiros, as macieiras, as oliveiras, os riachos por entre os vales, que correste para me ajudar no fogo, para preservar as casas e terrenos.

Foste o homem que comigo chorou em 92 quando deixei para trás os meus pais naquele país africano, que tanto gostava, e que a guerra me tinha obrigado a voltar à casa mãe.
Serás para mim sempre o meu guardador de sonhos, o meu confidente, que me ajudou na enfrentar as adversidades, com a calma que por vezes eu não tinha, e que tu transbordavas.
Nos últimos tempos, custou-me imenso ver-te passear, se é que assim o pudemos dizer, pelos cantos daquele lar onde lutavas por esse bicho chamado cancro.
Caíste, levantaste-te, lutaste, mas não foi possível.
Agora, passados que estão dois dias, da tua última viagem, onde passaste para te despedires da tua cadeira, eu tenho a obrigação de escrever isto, OBRIGADO AVÓ, por tudo o que fizeste, por tudo o que me deste, pela força que sempre demonstraste.
Felizmente haverá sempre muito por recordar, muito em que pensar, e te deixo a promessa de ser menos impulsivo como sempre me pediste.
Quanto ao resto, estarei sempre contigo lá, onde tu sabes, porque a estarás sempre comigo na felicidade do golo, na tristeza da derrota, e na alegria da vitória, tanto na vida como na bola.

Mais uma vez, obrigado Avó, e até um dia destes.
Encontrar-nos-emos com toda a certeza na nuvem azul que te reservaram neste céu imenso.

INTERVENÇÃO NA SESSÃO DE ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE 02 DE MARÇO DE 2006

Sra. Presidente da Assembleia, Sr. Presidente, Sr. Vice-Presidente, Srs. Vereadores, Srs. Deputados.

Gostaria de começar por dizer que estou presente nesta Assembleia em representação do Sr. Presidente da Junta de Freguesia do Santo Condestável, ausente do país por questões profissionais.
A minha intervenção dirige-se à proposta 31/2006 referente à alteração em regime simplificado do PDM da Parcela Sul da ETAR de Alcântara, que acolho com satisfação.

Esta proposta de carácter administrativo resolverá de imediato, o problema que há longos anos afecta toda a freguesia, em especial os residentes do bairro da Quinta do Loureiro.
De referir, que além da população residente são também afectados todos os munícipes que circulam na área redundante à ETAR.

Os cheios e odores nauseabundos e pragas de mosquitos na época estival, que são teor de queixa desta população puderam significar um risco de saúde pública particularmente para aqueles cuja resistência física carece de defesas.

No que se refere, a aspectos positivos desta proposta, deve realçar-se que quer o estuário do Tejo, quer as zonas ribeirinhas sairão beneficiadas, na medida em que a mesma permitirá a descarga de afluentes menos lesivos.

A alteração acima referida implicou no decorrer do mandato anterior, a deslocação da construção de um pavilhão gimnodesportivo.
Esta deslocação foi acordada entre o anterior executivo da CML e da Junta de Freguesia (do qual fazia parte) para o Parque Desportivo da Rua Correia Teles, com a contrapartida da construção de um polidesportivo na Encosta do Vale de Alcântara junto ao Centro Social do Casal Ventoso. Alterações essas, acolhidas com entusiasmo tanto pela Junta de Freguesia como pelas Associações e clubes da Freguesia.

Desta forma, poder-se-ão colmatar algumas das carências sofridas pela população da nossa Freguesia, bem como, combater a ausência da ocupação de Tempos Livres dos jovens daquele bairro, que na sua maioria são considerados jovens em risco, o que se afigura aos olhos do Executivo da Junta de Freguesia do Santo Condestável, de grande utilidade, quer social, quer pedagógica, quer educativa.

Embora, os projectos em causa, não estejam directamente relacionados, quanto aos seus objectivos (saúde pública, desporto e Acção Social), a resolução da proposta implica a concretização de um projecto reconhecido como necessário à Freguesia.
Estão pois justificadas, as condições para a resolução definitiva do problema da ETAR de Alcântara, e a consequente construção das Infra-Estruturas desportivas.

Julga assim, o executivo da Junta de Freguesia do Santo Condestável, que as entidades responsáveis, o Estado e a SINTEJO, não terão quaisquer argumentos para o incumprimento das suas obrigações.

Para finalizar, estará este executivo atento ao evoluir da situação, tendo uma palavra de crítica ou elogio à sua concretização.

Tenho Dito.